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Por que design social?

  • Foto do escritor: Laura Caria
    Laura Caria
  • 20 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

O modelo de desenvolvimento tal como se apresenta hoje já nos provou que não é sustentável. Não só pela questão ambiental, que é alarmante há algum tempo, mas porque não poderá ser mantido pra sempre. Ou seja, precisa ser mudado.

O Design socialmente responsável cuida das necessidades das pessoas de uma forma diferente do que o design comercial, voltado para o mercado. Enquanto este último tipo se preocupa principalmente com a venda e o lucro e, assim, projeta muitos produtos efêmeros e inúteis, o chamado Design Social cuida de outros problemas como, por exemplo, a falta de acesso à água, a desnutrição, a geração de energia, etc. Enfim, projetos que se preocupam essencialmente em contribuir para o aumento da qualidade de vida de determinada comunidade.

Veja algumas características do Design Social que fazem dele uma poderosa ferramenta de transformação:


O DESIGN SOCIAL É EMPÁTICO


De nada adianta um projetista que fica 9 horas por dia no escritório tentando compreender as necessidades de um público-alvo. O Design Social é como o Design Thinking, essencialmente empátio, ou seja, precisa compreender profundamente seus futuros usuários e por isso vai à campo para fazer registros, observações e ouvir histórias. Muitas vezes, é realizada uma “imersão”, que consiste em passar um significativo período de tempo junto ao foco do problema, para “sentir na pele” as demandas e as limitações existentes. Aqui nesse outro post eu falo mais sobre a empatia no Design.


O DESIGNER SOCIAL É CONSCIENTE DO MUNDO EM QUE VIVE


A tecnologia avançou consideravelmente, é verdade. A internet chega a cada vez mais casas e temos um monte de gadgets legais. Appsnão param de surgir, pra todo o tipo de coisa. Cada vez mais produtos se apresentam nas lojas e supermercados, cada um com uma embalagem mais bonita e chamativa. Trabalhamos, recebemos e compramos, este é o ciclo. O mundo, pra muitos, até parece uma maravilha ou, no mínimo, um lugar confortável. No momento, a mídia e os políticos se desdobram para  mascarar o país de “desenvolvido”. Isso para que, durante a Copa, todo o mundo veja como somos felizes e “civilizados” por aqui. Só que não.

Designers socialmente responsáveis conhecem e convivem com essas realidades porém não esquecem jamais destas outras:

1,1 bilhões de pessoas no mundo não tem acesso à água potável.Mais de 2 bilhões de pessoas no mundo não tem acesso à eletricidade.Somente 10% da população mundial possui computador e apenas 4% tem acesso à internet.No Brasil são produzidas, diariamente, cerca de 250 mil toneladas de lixo.O número de pessoas que sofrem com a fome no mundo, entre 2011 e 2013, foi de 842 milhões.


O DESIGN SOCIAL É METÓDICO


Não existe uma metodologia pré-definida ou exclusiva desta área, mas dois modos de abordar problemas são geralmente usados: o Design Thinking e o Human-centered Design (ou Design centrado no ser humano)*. Ambos são processos altamente colaborativos, realizados preferencialmente por equipes multi-disciplinares. Se o caso é a melhora de um serviço hospitalar, por exemplo, médicos e enfermeiros são bem-vindos ao time para participarem de todo o processo, do início ao fim. Isso permite um cruzamento de visões e experiências que faz toda a diferença para o resultado final. Afinal, quem disse que Design é só para designers?

Essas são algumas qualidades que fazem desse viés da profissão um caminho interessante e gratificante para aqueles que se preocupam em fazer deste um mundo melhor. Não se trata de ir contra o Capitalismo mas de achar formas de, mesmo em uma sociedade tão injusta e desigual, levar oportunidades e soluções reais pra quem mais precisa.



“Não podemos não mudar o mundo.” Vamos juntos?

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